Cargo - De curta a longa.
- Matheus Araújo
- 3 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Em 2013, surgiu na internet um curta australiano chamado “Cargo”. No começo, todo mundo estava pensando que era só mais um curta sobre zumbis, visto que na época, o tema estava em alta devido as influências de séries e filmes que abordavam o tema. Acontece que em poucos minutos assistindo “Cargo”, o público percebeu que estava diante de algo diferente, um curta que trazia emoções.

Enquanto o mundo estava de olho no mais novo episódio de “The Walking Dead” ansiando por muita violência e especulando qual seria o próximo personagem que iria deixar a série, “Cargo” começou a ganhar espaço nas redes sociais e nos sites de streaming de vídeos e logo tornou-se um viral. O curta que originalmente foi inscrito para disputar o Tropfest, um dos maiores festivais de cinema da Austrália,agora ostentava milhões e milhões de visualizações na internet.
Contudo, os movimentos que tornam algum tipo de conteúdo viral na internet acabam também sendo responsáveis pelo movimento inverso: o esquecimento. Em 2018, quase ninguém se lembrava de “Cargo”, afinal, o curta-metragem não é o tipo de conteúdo que é reprisado em grandes emissoras e nem comercializado pelas grandes redes de cinema. Logo, a obra estava quase completamente esquecida, mas foi resgatada pela Netflix.

“Cargo” assim como alguns outros curtas se tornou um longa com atores renomados e conseguiu conquistar um orçamento milionário. A Netflix deu espaço para que os diretores do curta original agora pudessem colocar em prática tudo o que almejavam em 2013 e não só lançarem seu produto no mercado internacional, como também elevarem o patamar de suas carreiras no âmbito cinematográfico.
No final das contas, “Cargo” não ganhou o festival do qual tanto almejava, mas acabou ganhando espaço em um mercado árduo e extremamente competitivo, enquanto o curta “We've All Been There”, que venceu a edição de 2013 do Tropfest, não conseguiu levar seu nome adiante. Todos esses acontecimentos só nos levam a crer que um prêmio não é capaz de julgar o conteúdo de uma obra. Uma estatueta não é o que intitula algo como “vencedor” ou “perdedor”, basta você acreditar na mensagem de seu produto, essa sim tem o poder de levar sua obra onde você quiser.
Veja o curta CARGO (2013), de Yoland Ramke e Ben Howling:
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