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Foto do escritorMatheus Araújo

Cargo - De curta a longa.

Em 2013, surgiu na internet um curta australiano chamado “Cargo”. No começo, todo mundo estava pensando que era só mais um curta sobre zumbis, visto que na época, o tema estava em alta devido as influências de séries e filmes que abordavam o tema. Acontece que em poucos minutos assistindo “Cargo”, o público percebeu que estava diante de algo diferente, um curta que trazia emoções.


Cargo (2018 - Ben Howling, Yolanda Ramke) é um longa baseado em um curta-metragem.

Enquanto o mundo estava de olho no mais novo episódio de “The Walking Dead” ansiando por muita violência e especulando qual seria o próximo personagem que iria deixar a série, “Cargo” começou a ganhar espaço nas redes sociais e nos sites de streaming de vídeos e logo tornou-se um viral. O curta que originalmente foi inscrito para disputar o Tropfest, um dos maiores festivais de cinema da Austrália,agora ostentava milhões e milhões de visualizações na internet.


Contudo, os movimentos que tornam algum tipo de conteúdo viral na internet acabam também sendo responsáveis pelo movimento inverso: o esquecimento. Em 2018, quase ninguém se lembrava de “Cargo”, afinal, o curta-metragem não é o tipo de conteúdo que é reprisado em grandes emissoras e nem comercializado pelas grandes redes de cinema. Logo, a obra estava quase completamente esquecida, mas foi resgatada pela Netflix.


Cargo (2013 - Yolanda Ramke, Ben Howling) foi finalista do Tropfest Australia 2013

“Cargo” assim como alguns outros curtas se tornou um longa com atores renomados e conseguiu conquistar um orçamento milionário. A Netflix deu espaço para que os diretores do curta original agora pudessem colocar em prática tudo o que almejavam em 2013 e não só lançarem seu produto no mercado internacional, como também elevarem o patamar de suas carreiras no âmbito cinematográfico.


No final das contas, “Cargo” não ganhou o festival do qual tanto almejava, mas acabou ganhando espaço em um mercado árduo e extremamente competitivo, enquanto o curta “We've All Been There”, que venceu a edição de 2013 do Tropfest, não conseguiu levar seu nome adiante. Todos esses acontecimentos só nos levam a crer que um prêmio não é capaz de julgar o conteúdo de uma obra. Uma estatueta não é o que intitula algo como “vencedor” ou “perdedor”, basta você acreditar na mensagem de seu produto, essa sim tem o poder de levar sua obra onde você quiser.


Veja o curta CARGO (2013), de Yoland Ramke e Ben Howling:


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